Há um tempo escrevi um texto sobre as Manifestações do Passe Livre, a qual eu participei em São Paulo e vi que a maioria estava lá pacificamente. Infelizmente, menos de 2% se aproveitaram da situação para promover a violência. Sim, é minoria. Mas já é o suficiente para que inocentes paguem por isso. Aqueles que transformaram o objetivo principal das manifestações em atos criminosos conseguiram tirar o foco principal, que é a luta por um país melhor.
A morte do meu colega de profissão, o repórter cinematográfico Santiago Andrade mobilizou o país e o mundo. E ele estava apenas fazendo o seu trabalho, que na minha opinião é um dos mais nobres hoje. Santiago morreu enquanto passava para o telespectador, através de seus olhos, literalmente, o que estava acontecendo no momento exato da manifestação contra o aumento da passagem de ônibus do Rio de Janeiro. Ele estava levando informação para mim e pra você.
E do que é feito um cidadão se não de informação?
Termino meu desabafo com uma carta emocionante de sua filha, também jornalista. E se este texto não comove os culpados, então realmente estamos perdidos.
"Meu nome é Vanessa Andrade, tenho 29 anos e acabo de perder meu pai. Quando decidi ser jornalista, aos 16, ele quase caiu duro. Disse que era profissão ingrata, salário baixo e muita ralação. Mas eu expliquei: vou usar seu sobrenome. Ele riu e disse: então pode! Quando fiz minha primeira tatuagem, aos 15, achei que ele ia surtar.
Mas ele olhou e disse: caramba, filha. Quero fazer também. E me deu de
presente meu nome no antebraço. Quando casei, ele ficou tão
bêbado, que na hora de eu me despedir pra seguir em lua de mel, ele
vomitava e me abraçava ao mesmo tempo. Me ensinou muitos
valores. A gente que vem de família humilde precisa provar duas vezes a
que veio. Me deixou a vida toda em escola pública porque preferiu
trabalhar mais para me pagar a faculdade. Ali o sonho dele se realizava.
E o meu começava. Esta noite eu passei no hospital me
despedindo. Só eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de
conversar sobre muitos assuntos, pedi perdão pelas minhas falhas e
prometi seguir de cabeça erguida e cuidar da minha mãe e meus avós. Ele
estava quentinho e sereno. Éramos só nós dois, pai e filha, na despedida
mais linda que eu poderia ter. E ele também se despediu. Sei
que ele está bem. Claro que está. E eu sou a continuação da vida dele.
Um dia meus futuros filhos saberão quem foi Santiago Andrade, o avô
deles. Mas eu, somente eu, saberei o orgulho de ter o nome dele na minha
identidade. Obrigada, meu Deus. Porque tive a chance de amar
e ser amada. Tive todas as alegrias e tristezas de pai e filha. Eu tive
um pai. E ele teve uma filha.Obrigada a todos. Ele também agradece. Eu sou Vanessa Andrade, tenho 29 anos e os anjinhos do céu acabam de ganhar um pai."
O assassinato do Santiago responde a nossa pergunta de sempre: E quem paga por isso?
Santiago, Pedro, Maria...
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Minha cidade ternura
Como já citei aqui no blog, sou de Tatuí e estou passando um mês na minha cidade ternura para aproveitar o colo da minha mãe e curtir a família, amigos e cachorros antes de ir viajar.
Cresci e criei meus primeiros laços de vida aqui. Família, primeiros amigos, primeiro namorado, primeiro amor, meus cachorros e as primeiras histórias da minha vida, assim como os primeiros tombos, em todos os sentidos (principalmente os de patins). Eu e meus 30 mil primos caíamos quase todos os dias de tanto brincar. Mas a regra era um acobertar o outro pra vó não ver. Se ela visse um sanguinho sequer, ela já vinha com o pote de guaçatonga (um tipo de mercúrio natural que ardia do dedinho do pé ao cérebro). Mas funcionava viu! Crescemos todos juntos e era uma farra. Certa vez rolou até uma gincana dos primos, com direito a medalha feita pelo vô Acassil, nosso grande herói. A vida do meu avô dá um livro, que já comecei a escrever. Ele merece um post só dele, que prometo que será em breve. E já tem título: MEU Pequeno Príncipe. Já minha vó, ah, essa é a melhor do mundo. E ela é tão linda, tão minha, tão tudo!!!
Assim que meu avô saía, a gente corria para o quarto dele brincar com a cama que subia, descia, fazia massagem. Uma vez quebramos a tal da cama e ficamos no quartinho horas e horas com papel e caneta bolando algum plano mirabolante para ele não descobrir nada. Se adiantou? Não lembro. Quando fico nervosa perco a memória!
Na
casa da vó tinha o quarto dos netos, com dois beliches, tv, vídeo game e
bagunça. Brincávamos de pular de um beliche para outro e não tinha
brincadeira de menino e de menina, brincávamos todos juntos, desde super
herói caindo com o nariz no chão, até descer escada abaixo em cima de
um colchão tipo Aladim #sqn.
Além de sermos primos grudados, também éramos vizinhos. Um dia estávamos na sala e de repente ouvimos um barulho de martelada. Alguns minutos depois, aparece um buraco na parede. Sim, Acácio e Inácio abriram um buraco na parede deles, que chegou em casa. Poucos dias depois, vô Acassil profissionalizou o esquema e fez uma portinha, com chave e tudo. Nem preciso dizer que um sempre aparecia na casa do outro, do nada (até cortarem nosso barato e fecharem nossa portinha com concreto).
Minha mãe nos criou para o mundo. Ela é mãe, pai, mulher, artista, decoradora e tem um café com arte incrível em Tatuí - Fábrica de Cultura Santo Antônio - que também merece um post só pra ele, porque é lindo demais. Foi com ela que aprendi a correr atrás do que eu quero, desde pequena. Minha mãe me ensinou a fazer tudo com capricho e bem feito, seja uma capa de trabalho de escola até trocar uma lâmpada. Foi ela que ensinou a viver e me apoiou em todas as minhas decisões. Ela é realmente boa em tudo que faz e eu morro de orgulho e amores por ela.
Aqui em Tatuí também estão meus amores caninos. Um amigo me perguntou uma vez se eu fico triste, porque sempre que a gente se encontra, estou sorrindo. Respondi a ele que fico sim, mas na maioria das vezes, só eles percebem: Nutella, Marie, Bonifácio, Laica, entre outros não menos queridos.
Eu morava perto do colégio e sempre fui a pé para a aula. Quando eu tinha 15 anos, mudamos de casa e ganhei uma Biz, que me rendeu algumas histórias que me doem até hoje só de pensar. Eu entrava com ela na biblioteca da escola e na quadra de esportes, é mole? Pra mim ela era uma pessoa e se chamava Penélope. Eu encapava ela toda de papel contact rosa e cada vez que eu caía, ia riscando mais o papel e ficando mais legal (sorte que eu cresci e achei meu juízo). Entre as minhas quedas, um dia eu estava indo para a aula extra de química orgânica a tarde e avistei no meio da rua um labrador. Desacelerei, mas ele não se levantou. Não pensei duas vezes: me joguei de um lado e a biz de outro para salvar o cachorro. Arrasei né? Mas assim que eu caí, vi uma blitz da polícia na esquina e me desesperei, já que eu era menor de idade e não tinha carta (sempre tive medo de ser presa, não me pergunte porque). Tive que agir rápido e então veio a brilhante ideia de me fingir de morta. Foquei no personagem, prendi a respiração e fui. Ouvi vozes e a polícia perguntando quem era a minha mãe e todo mundo preocupado porque eu não estava respirando. Oh my god, não posso ser presa, minha mãe me mata! Entrei tanto no papel que não lembro de mais nada. Mais uma vez perdi a memória. Lembro apenas das broncas da minha mãe e a ameaça de vender minha Biz. Não!!!
O Colégio Objetivo de Tatuí é o melhor lugar do mundo para estudar e fazer amigos. Estudei desde os 5 anos de idade lá. A cantina já não é mais a mesma, pois os queridos João e Lúcia já partiram desse mundo para um lugar melhor. João me via e já vinha com um poema: Areia da fina, areia da grossa, Laura me faça ficar pequenina. E já trazia um pão de queijo, um pirulito de chocolate e uma fanta. Eu comia todo dia a mesma coisa! Descanse em paz João. E obrigada por tudo. Tenho um carinho enorme por todos os meus professores. Alguns ainda estão lá e adoro buscar a Sofia na escola e entrar dar um abraço neles.
Com 12 anos já começamos a ir para as baladinhas. Todo fim de semana estávamos no Santa Beer, Be Beer, Angel. Éramos tão novinhas e nos divertíamos horrores. Nunca tive horário para voltar para casa, então saíamos das baladinhas e íamos comer pastel no mercadão.Tempo bom demais, que sei que não volta mais. Mas as lembranças ficam.
Tatuí
é a cidade ternura, minha terra querida onde vivi por muitos anos.
E eu morro de amores pela minha cidade.
Família ê, família á, família |
Minha baby |
Assim que meu avô saía, a gente corria para o quarto dele brincar com a cama que subia, descia, fazia massagem. Uma vez quebramos a tal da cama e ficamos no quartinho horas e horas com papel e caneta bolando algum plano mirabolante para ele não descobrir nada. Se adiantou? Não lembro. Quando fico nervosa perco a memória!
Minhas lindezas!!! |
Além de sermos primos grudados, também éramos vizinhos. Um dia estávamos na sala e de repente ouvimos um barulho de martelada. Alguns minutos depois, aparece um buraco na parede. Sim, Acácio e Inácio abriram um buraco na parede deles, que chegou em casa. Poucos dias depois, vô Acassil profissionalizou o esquema e fez uma portinha, com chave e tudo. Nem preciso dizer que um sempre aparecia na casa do outro, do nada (até cortarem nosso barato e fecharem nossa portinha com concreto).
Camargos e Camarguinhos |
Minha mãe nos criou para o mundo. Ela é mãe, pai, mulher, artista, decoradora e tem um café com arte incrível em Tatuí - Fábrica de Cultura Santo Antônio - que também merece um post só pra ele, porque é lindo demais. Foi com ela que aprendi a correr atrás do que eu quero, desde pequena. Minha mãe me ensinou a fazer tudo com capricho e bem feito, seja uma capa de trabalho de escola até trocar uma lâmpada. Foi ela que ensinou a viver e me apoiou em todas as minhas decisões. Ela é realmente boa em tudo que faz e eu morro de orgulho e amores por ela.
Lugar lindo! Fábrica de Cultura Santo Antônio |
Aqui em Tatuí também estão meus amores caninos. Um amigo me perguntou uma vez se eu fico triste, porque sempre que a gente se encontra, estou sorrindo. Respondi a ele que fico sim, mas na maioria das vezes, só eles percebem: Nutella, Marie, Bonifácio, Laica, entre outros não menos queridos.
Marie |
Eterna Tiririca, a melhor do mundo, com a Sofia, há 7 anos |
A Dama e o Vagabundo (Anie e Nutella) |
Bono e Laica ainda bebezos |
O Colégio Objetivo de Tatuí é o melhor lugar do mundo para estudar e fazer amigos. Estudei desde os 5 anos de idade lá. A cantina já não é mais a mesma, pois os queridos João e Lúcia já partiram desse mundo para um lugar melhor. João me via e já vinha com um poema: Areia da fina, areia da grossa, Laura me faça ficar pequenina. E já trazia um pão de queijo, um pirulito de chocolate e uma fanta. Eu comia todo dia a mesma coisa! Descanse em paz João. E obrigada por tudo. Tenho um carinho enorme por todos os meus professores. Alguns ainda estão lá e adoro buscar a Sofia na escola e entrar dar um abraço neles.
Com 12 anos já começamos a ir para as baladinhas. Todo fim de semana estávamos no Santa Beer, Be Beer, Angel. Éramos tão novinhas e nos divertíamos horrores. Nunca tive horário para voltar para casa, então saíamos das baladinhas e íamos comer pastel no mercadão.Tempo bom demais, que sei que não volta mais. Mas as lembranças ficam.
Pré I - Dia das Mães |
Algum Baile do Hawai (rs) |
Formatura 8ª série - Natal-RN |
2º colegial - Ubatuba |
Formatura da Natalie em São Carlos |
Casamento do Dani |
Encontrinho das amicáns |
Querido inspetor Serjão |
O reencontro |
Professoras incríveis - Dona Terezinha e Dona Onélia |
Parceiras queridas demais |
Aqui em Tatuí tem muita gente do bem. Amigas muito queridas! |
E eu morro de amores pela minha cidade.
Capela São João do Benfica, em Tatuí. Coisa mais linda né? |
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